Em 2002, a Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) em parceria com Observatório de Favelas, situados na cidade do Rio de Janeiro, executaram um projeto denominado Rede de Universitários de Espaços Populares, que naquele momento, já contava com financiamento do programa de extensão universitária do Ministério da Educação. Hoje, o projeto transforma-se em um programa nacional, doravante denominado Conexões de Saberes: Diálogos entre a universidade e as comunidades populares, atuando em 33 universidades federais e com financiamento da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade/SECAD.
Resumidamente: o programa Conexões de Saberes visa contribuir para a formulação e implementação de uma política pública de acesso e permanência dos jovens de origem popular nas universidades públicas, quando dados estatísticos ainda iniciais já comprovam que os mesmos não atingem mais que 9,5% desse espaço de formação superior, o que implica numa lógica perversa: o acesso à universidade pública somente pelo mérito, isto é, pela competência avaliada mediante exame vestibular. É sabido que a maioria de estudantes que acessam a universidade pública pertencem aos extratos médios da sociedade.
Ao objetivar ampliar a relação entre a universidade e as comunidades populares, o Conexões não deseja outra coisa senão, através de troca de saberes desses “dois mundos”, aproximá-los e construir a consciência de pertencimento dos jovens que já ascenderam à universidade, transformando-os em novos interlocutores. Isso, por sua vez, implica numa mudança na forma de diálogo desses “territórios sócioculturais”, afirma texto referência do Programa nacional.
A Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT, a partir de 2006, integrou o Conexões de Saberes e apresenta para 2007 a revisão de seu projeto inicial, contemplando novas metas e ações articuladas a conjunto de objetivos reafirmado no corpo deste projeto, sustentados por um mesmo propósito: ampliar a luta em defesas das políticas afirmativas contribuindo para a ampliação da esfera pública na sociedade brasileira e, ao mesmo tempo, abrir as portas da universidade pública àqueles que dela fazem justiça social.